Como surgiu a Energia Solar no Brasil?

Uma panorama geral sobre o início da energia solar no Brasil em um texto não técnico.

Thiago Amador Matos Sousa - Engenheiro Mecânico e Técnico em eletrotécnica

5/9/20252 min read

A energia solar fotovoltaica, aquela que vemos a cada dia mais sendo instaladas sobre os telhados de casas, comércios, vizinhos, foi muito difundida a partir de 2012, após a publicação da REN 482 da ANEEL, que autoriza o consumidor de energia comum a gerar a sua própria energia, tendo a sua "mini usina" em casa e compensar essa geração na sua conta de energia.

Em meados de 2018, com o início da redução de preços dos equipamentos de energia solar e algumas linhas de crédito, os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (popularmente conhecidos como "energia solar") começaram a ganhar tração e alguns early-adopters, inconformados com o valor da conta de energia, começaram adquirir o sistema para suas casas.

O lock-down durante a pandemia, somado a crises hidricas enfrentados pelo nosso país, resultou em um aumento no valor da energia significativo. O custo com energia, que outrora era algo fixo para as famílias e empresas, passou a se tornar um incômodo crescente, à medida que os consumidores percebem que conhecidos instalaram energia solar e tiveram suas contas de energia reduzidas para valores muito baixos.

O investimento, mesmo sendo alto na época (por volta de R$ 40.000,00), começou a ser viável com a disponibilidade de linhas de crédito com juros muito baixos, e a economia na conta de energia pagava boa parte do financiamento, normalmente de 5 anos. Afinal, após os 5 anos, termina-se o financiamento e a aquela conta de R$ 1.000,00 antes da energia solar, continua vindo a taxa mínima, por volta de R$ 120,00, já que as placas possuem uma vida útil superior a 25 anos.

O crescimento foi exponencial, seguindo a mesma curva de adoção de uma tecnologia. Com o banco central reduzindo a taxa selic a 2% ao ano e a China aumentando a produção de placas, tivemos uma redução na casa de 40% nos preços. Soma-se a falta de competitividade do preço da energia, cada vez mais alta, por incompetência governamental (colocando sempre a culpa na crise hídrica, imprevisível, mas que ocorre a cada 4 anos), e a falta de alternativa ao consumidor, resta-se somente uma opção: energia solar.

Apesar dos inúmeros percalços enfrentados, como a "Taxação do Sol" e ideias como taxar 63% da energia gerada (essa felizmente não foi adiante, do contrário teria acabado completamente com o mercado), a China continuou tendo ganhos de eficiência e redução nos preços e, com mais opções de financiamento e até de parcelamento em 21x no cartão de crédito, o consumidor de energia do mercado cativo, antes preso a Coelba e tendo que lutar para economizar o máximo possível de energia, pode ter condições de escolher ter o seu próprio sistema, deixando de ser onerado por aumentos de contas de energia, muitas vezes vindas más decições administrativas muitas vezes vindas de políticos ou pessoas com conflitos de interesse na área de energia.